Nem a surpreendente e forte chuva da manhã desta quarta-feira, 15, intimidou as milhares de pessoas que foram às ruas de Picos protestar contra o corte de 30% nos recursos das universidades e institutos federais do Brasil. Estudantes e professores da UFPI, IFPI e UESPI, além de sindicalistas, se uniram nessa manifestação que foi planejada há alguns dias e que promete ser apenas a primeira ação contra as atuais investidas do Governo Federal contra o ensino público.
Portando cartazes e faixas os manifestantes pediam mais investimentos para a educação e se posicionaram contrariamente à reforma da Previdência proposta pelo Ministério da Economia, por entender que ela promete penalizar os trabalhadores. O ato aconteceu de forma bastante pacifica, tanto por parte de quem participava, quanto dos que observavam das calçadas do comércio e dos transeuntes.
Como previsto, a concentração aconteceu na Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus, contanto com o apoio da Polícia Militar e da Secretaria de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana (STTRAM), para controlar o fluxo de veículos. O grupo numeroso seguiu pela Av. Getúlio Vargas, fazendo uma breve pausa na Praça Félix Pacheco, contornando a Praça Josino Ferreira, culminando em frente a agência do INSS, na Rua Cel. Francisco Santos.
A concentração em frente a agência foi simbólica, uma vez que movimentos sociais de todo o Brasil estão temerosos da reforma da Previdência. Manifestações como essa aconteceram em todo o país.
Uma das coordenadoras da manifestação, a estudante Isabel Silva, informou que o ato dessa manhã foi o primeiro de muitos planejados para os próximos dias. Inclusive na tarde e na noite de hoje acontecerão palestras na sede da UFPI. “Convidamos a comunidade a ir hoje para UFPI a partir das 14h00 para conhecer os nossos projetos”, declarou.
Segundo Isabel Silva o “calendário de lutas” começou hoje e deve se estender até a Greve Geral prevista para acontecer no dia 14 de junho. Ela avaliou que a manifestação foi repleta de êxito. “Foi maravilhosa, contabilizamos mil pessoas, estudantes da UFPI, UESPI, professores e trabalhadores de uma forma geral que estão aqui em favor da educação e contra a reforma da Previdência”, declarou.
O professor do IFPI de Picos, Gilberto Nunes, também avaliou positivamente a manifestação e alegou que os cortes promovidos pelo Ministério da Educação são inconstitucionais. “Quem joga o país na crise não somos nós trabalhadores, mas sim os políticos, então eles tem que começar dando o exemplo, eles é que tem de tirar a nação desse caos em que se instaurou, nós não somos parte do problema, a educação é parte da solução, eles (os políticos) são parte do problema”, declarou.
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